Por: Marco Clivati –

O amanhã até parece algo do passado. Há pressa, ansiedade, uma vida frenética em busca de um tempo que não pode ser perdido. Nesta corrida da vida, quanto mais você acelera, mais se distancia da verdadeira essência.

Agora a “refeição” fica pronta em cinco minutos no micro-ondas. Embalada a vácuo, a cenoura já vem descascada e cozida, sem resquícios da terra, mas repleta químicos duvidosos. Os mercados express,
com suas prateleiras lotadas de enlatados, invadem as ruas e esvaziam as feiras.

Inventam ferramentas para que você ganhe tempo, e cada vez você tem menos tempo. Nesta ilusão de ganhar tempo, o homem perde sua saúde.
Afasta-se cada vez mais do natural, da sua essência, e é tomado pelo artificial.

Não há motivo para ter pressa. O tempo sagrado tem um ritmo particular. Sua cadência pode ser sentida nos passos meticulosos de uma joaninha, na velocidade do pôr do sol, no vai e vem das águas do mar. Não se preocupe com o tempo. Sua presença aqui é essencial, uma preciosa e importante engrenagem do tempo sagrado.

Por um mundo de mais abraços e menos likes, por menos refeições prontas e mais tempo na cozinha, por mais amor e menos pressa. O sagrado agradece.

Esse texto foi retirado da Revista dos Vegetarianos, seção Editorial, edição 124.