Origem
O pinhão é a semente de uma árvore tipicamente brasileira, a Araucária. Por aqui, ela está presente na região sul e nas partes mais altas dos estados da região sudeste, conta a agrônoma Rossana Bueno. Fora do País, ela também aparece no norte da Argentina e Uruguai.
Propriedades nutricionais
Assim como as amêndoas, as nozes e as castanhas, o pinhão faz parte da família das oleaginosas. Como todos os membros desse grupo, ele é rico em amido e gorduras “boas” (insaturadas) capazes de reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o bom (HDL).
Além do amido, a nutricionista Fabíola Frezza Andriola explica que o pinhão é rico em fibras, ajudando no bom funcionamento intestinal. Outros nutrientes também se destacam como o zinco, o magnésio, o fósforo e as vitaminas do complexo B. Eles, aliás, são fundamentais para a melhora da memória e raciocínio lógico. Há ainda o selênio e a vitamina E, importantes no combate ao envelhecimento precoce das células, e o cálcio, que junto com o magnésio e o fósforo ajuda a combater a osteoporose. De forma geral, o pinhão fornece em média 86% de carboidratos, 9% de proteínas e 5% de gorduras, enquanto as castanhas fornecem em média 60% de gorduras.
Quanto ao consumo, diferente das demais oleaginosas, que são ingeridas cruas, o pinhão deve ser cozido antes. Já sobre a quantidade, a nutricionista aconselha que, se você for consumir frequentemente, coma até 6 pinhões por dia. E, como todas as frutas oleaginosas, pelo seu alto grau de gorduras e amido, ele se torna uma semente altamente calórica. Uma unidade contém, em média, de 20 a 30 calorias.
Propriedades medicinais
O grande destaque dessa sementinha, de fato, é o amido. O nutrólogo Kauê Kranholdt revela que ela contém uma importante quantidade do chamado amido resistente, um tipo de carboidrato que as enzimas digestivas não conseguem quebrar, mas que acaba servindo como substrato para a flora bacteriana no intestino grosso. Por não ser digerível, seu efeito se assemelha ao das fibras, gerando mais saciedade e, assim, auxiliando no emagrecimento.
Outro aspecto relevante do pinhão está relacionado à saúde do sistema nervoso. “Por conter zinco, complexo B e ácidos graxos, como ômega 3 e 6, o consumo regular dessa semente é capaz de agir contra doenças neurodegenerativas”, revela o médico.
Mais um dos benefícios desse alimento está ligado ao alívio de certos incômodos. Kauê explica que o magnésio, presente no pinhão, é capaz de atenuar a tensão muscular e até as cólicas.
Esse trecho foi retirado da Revista dos Vegetarianos, seção Alimento Reino Vegetal, edição 104.