Por Samira Menezes –

Em Milão (Itália), por exemplo, a rede de saúde pública não só recomenda o veganismo para os pacientes com diabetes tipo 2 como ainda distribui um livreto com sugestões de receitas veganas. Nos Estados Unidos, o que não falta são estudos falando a respeito dos benefícios do veganismo e da exclusão da carne do cardápio. Em junho de 2013, por exemplo, um estudo publicado pela Associação Médica Americana (JAMA) mostrou que quem consome mais de meia porção de carne por dia aumenta o risco de diabetes em 48%, pois a carne deixa a pessoa mais suscetível ao ganho de peso.

Para quem já sofre do problema, a Associação Americana de Diabetes garante que seguir o veganismo, com a devida suplementação de vitamina B12, é uma opção saudável e segura. “O veganismo é naturalmente rico em fibras, pobre em gordura saturada e em colesterol ruim. A alta ingestão de fibras pela alimentação sacia mais e ajuda a comer menos. Quando essa ingestão é superior a 50 g por dia, numa alimentação vegana, pode ajudar a diminuir os níveis de glicose no sangue”, informa o site da Associação.

Para o Dr. Neal Barnard, do Comitê Médico para uma Medicina Responsável (PCRM), também nos Estados Unidos, mudanças na alimentação são a maneira mais eficiente de tratar o diabetes tipo 2. “As recomendações dietéticas atuais falam em redução do tamanho das porções e limitação na quantidade de carboidratos. Mas, evidências já mostraram que pessoas com uma alimentação mais rica em vegetais – cereais, leguminosas e verduras – têm menos propensão de desenvolver a doença do que aquelas que consomem mais carnes e alimentos mais calóricos”, disse o médico vegano. Segundo ele, dietas calóricas favorecem o ganho de peso e, consequentemente, permitem que o organismo se torne resistente à ação da insulina. Quando isso acontece, a pessoa tem mais chances de se tornar um diabético.