Criada com a proposta de facilitar a vida de quem quer conhecer o veganismo e, quem sabe, migrar para ele, a VegVélo é uma hamburgueria vegana sobre quatro rodas de Campo Grande (MS). A lanchonete, porém, não é um food truck convencional: é uma kombi.

vegvelo2-veg127A cozinha é comandada por Bruno Santos, 32 anos, que criou a empresa há pouco mais de um ano, em parceria com um amigo. Rapidamente a ideia tomou forma e ganhou grande aceitação do público, mas a saída do sócio trouxe novos desafios. A reabertura do negócio aconteceu um mês depois, e os lanches com nomes divertidos, como OutVeg, Freeboi e Bacontente, já têm clientela fixa, incluindo veganos e onívoros.

– Revista dos Vegetarianos: Quando surgiu a VegVélo?
Bruno Santos: A VegVélo surgiu com o Paulo (ex-sócio) há três anos. Despretensiosamente, ele começou vendendo hambúrgueres – que não são as receitas dos hambúrgueres de hoje – e foi ficando conhecido. Em determinado momento, ele parou de fazer hambúrguer e começou a vender marmitas, entregando-as de bicicleta. Quando entrei na VegVélo, em 2016, eu vinha de outra hamburgueria, no Rio Grande do Sul. Era uma hamburgueria convencional em que eu trabalhava por necessidade. Quando cheguei a Campo Grande, o Paulo me convidou para fazer a parceria e voltar com os hambúrgueres.

– Como foi esse início?
Nós compramos uma kombi com empréstimo bancário e montamos a cozinha dentro dela. Era um recomeço do zero mesmo, mas a recepção foi muito boa. A gente começou já vendendo cem hambúrgueres em uma noite. Na verdade, eu sempre cozinhei e havia esse trabalho que eu estava desenvolvendo no Rio Grande do Sul de criar opções sem carne para a hamburgueria de lá. Foi o Thayso Alves, o proprietário do local em Bagé (RS), quem me ajudou com as combinações de hambúrguer que eu trouxe e que formaram o novo cardápio da VegVélo.

– Quais foram as principais dificuldades?
Desde setembro de 2016, eu estava com a VegVélo aberta em sociedade com o Paulo, e, em outubro, ele decidiu sair da parceria. O mais complicado foi a questão familiar [ex-sócio é casado com uma prima de Bruno], mas a questão profissional foi tranquila. Logo encontrei a Juliana, uma amiga que se dispôs a ajudar e entrou como sócia. Mas, nessa transição, a VegVélo ficou parada por um mês, porque eu não conseguia fazer tudo sozinho: cozinhar, cuidar do caixa, dos eventos e das compras. Hoje, só cozinho e a Juliana cuida das compras e dos eventos.

– Como é o seu público hoje?
Por incrível que pareça, 30% do nosso público é onívoro, que vê na internet e vai conhecer. A minha ideia, quando vim para Campo Grande e abri a VegVélo com o Paulo, era justamente fazer uma hamburgueria exclusiva de lanches veganos, pela dificuldade que a pessoa que come carne tem em dar o primeiro passo. É por isso que os nossos hambúrgueres são bem junk food mesmo, para ter essa semelhança com uma hamburgueria convencional.

vegvelo-veg127– E o público onívoro aprovou a VegVélo? A ideia de promover o veganismo tem funcionado?
Sim, eles voltam e isso é bem gratificante. Sinto que em quase todas as pessoas que foram lanchar na VegVélo foi plantada a semente do veganismo. Elas voltam porque gostam da comida e começam a simpatizar com a ideologia. Eu e a Juliana falamos do assunto toda hora [risos].

– Hoje você fica em lugar fixo. Por que essa decisão?
Há dois dias fixos, terças e sextas-feiras, em que a gente está no mesmo ponto. Os outros dias da semana a gente deixa para funcionar em eventos e feiras. Nós decidimos fazer isso também a convite do nosso amigo, dono do Empório Sal da Terra, e isso criou uma clientela cativa que já espera as terças e sextas para ir lá.

– Você pensa em deixar de ser uma lanchonete sobre quatro rodas?
Estamos estudando a ideia de abrir um ponto fixo. Terminando de pagar a kombi, a gente deve inaugurar como uma hamburgueria vegana em um endereço fixo e manter o veículo só para eventos.

VegVélo
fb.com/vegvelo
(67) 9963-7784

Esse texto foi retirado da Revista dos Vegetarianos, seção Empreendedor do mês, edição 127.